O Brasil chega aos 14 meses de quarentena, e o brasileiro teve que se reinventar e realizar uma série de adaptações no seu dia a dia, adotando uma postura de mais cuidados com essa nova rotina imposta, tanto no âmbito mental como no físico. Pensando nisso, a Hibou – empresa de monitoramento de mercado e consumo – fez um estudo que revela como serão os hábitos e comportamentos com a vacinação e o fim do isolamento.
“De forma geral, muitos hábitos bacanas serão mantidos assim que tudo isso terminar. Estamos de fato vivendo de uma maneira diferente e, para uma boa parte dos brasileiros, as compras pela internet continuará sendo muito utilizada. A saúde física e mental seguem com peso maior nas prioridades do dia a dia, assim como a interação maior com a família e pessoas que amamos. Empatia e ajuda ao próximo devem se manter presentes, já que 98,8% das pessoas que doam cestas básicas vão manter essa iniciativa após a fase de isolamento.”, explica Ligia Mello, sócia da Hibou, e responsável pela coordenação da Pesquisa.
Lar, Doce Office Lar
O home office foi uma grande mudança comportamental no novo normal dos brasileiros, 57,7% dos entrevistados trabalham em casa e 64,8% deles deve manter o mesmo regime de trabalho no futuro. Uma parte de 81,1% fica grudado no celular o dia todo e, desse total, 72% pretende manter o hábito.
Bate-papos virtuais? Sim, eles ficam
As atividades e ferramentas digitais de integração social, principalmente no trabalho e na hora de se distrair, foram desde o início e ainda são importantíssimas para a saúde mental da população nesses tempos difíceis.
Dos 80,6% que se divertem com amigos no whatsapp, 97,8% continuará brincando nos grupos. Para eventos online de lazer e negócios (56,2%), reuniões virtuais (57,5%) e reuniões de família pela internet (39,3%), respectivamente, o valor de continuidade dessas atividades é 84,3%, 83,4%, 63,5%.
“Foi muito interessante para nós observar como o brasileiro conseguiu se adaptar ao momento difícil e conseguiu compor uma rotina com hábitos antigos ajustados à necessidade de reclusão, e, agora, a grande maioria têm tudo para continuar fazendo parte do nosso dia a dia. Basta olhar para as altas porcentagens que medem a intenção comportamental de manter essas atividades assim que for anunciado o fim da pandemia. Novos hábitos, é claro, também continuam, como as compras de mercado pela internet ou apps. Aprendemos muito e optamos por manter o que nos deu mais facilidade na rotina ou resgatou atividades pessoais.”, acrescenta, Ligia.
Compras com um clique
Muitos sentem falta de sair de casa aos finais de semana para passear e fazer compras. Com toda essa mudança, a compra pela internet se tornou a salvação para os varejistas sobreviverem de portas fechadas e, é claro, para que os consumidores possam ter acesso aos produtos de interesse. Dos 72,4% que fazem compras em redes de varejo online, 95,6% continuarão no mesmo processo, assim como os que consomem roupas e sapatos pela internet, dos 68,5% que possuem o hábito, 90,9% devem seguir com o mesmo estilo de compra. A grande mudança ficou com o mercado, já que aqui esse é um jeito totalmente novo de fazer compras e, dos 44,4% que já adotaram essa modalidade, 80,2% continuam da mesma forma com o fim da pandemia.
Saúde virou prioridade
A saúde física e mental tem um peso ainda maior quando toda a população mundial encontra-se em isolamento social por mais de um ano. No Brasil, a pesquisa também mostrou que, com índice de continuidade acima de 90%, no cenário pós pandemia, ainda serão hábitos atividades como exercício físico ao ar livre (58,9%), tomar vitaminas diariamente (58,3%), meditação (28,2%) e faxina residencial (91,6%). Dormir mais (74%) e usar álcool gel diariamente (96,4%), continuará firme no dia a dia para 82,9% e 88,5%, respectivamente.
Uma maioria de 98,5% utiliza máscara em locais públicos fechados, mas apenas 60,7% continuará usando com o fim da pandemia. Metade dos entrevistados praticam exercícios em casa e 76,8% deve manter o costume.
E o Entretenimento?
No setor de cultura, para atividades que precisam ser feitas fora de casa, o cenário não é dos melhores. Apesar de ser uma fatia pequena dos que possuem o hábito de realiza-las de acordo com o novo normal, ou seja, de maneira online, como visitar museus (21%), assistir à peças de teatro (16,2%) e fazer cursos (64,2%), em todos os três casos, mais da metade continuará com a prática sem cair de casa.
Os números são bons para o streaming. Dos que assinam três ou mais serviços (41,9%), 79,5% deve continuar com as assinaturas. Outras atividades devem se manter forte com o fim da pandemia, é o caso dos que leem livros e revistas (99%), dos que fazem maratona de seriados (96,8%), jogam pelo celular (94,2%), ouvem podcasts (93,8%) e jogam games de console (88,85).
Conexão mais profunda com a Família
Estar em casa, mesmo com as necessidades e os desafios do dia a dia, nos fez nos conectar mais com o nosso interior e famílias. A promessa do brasileiro nessa área é a de manter todo esse ganho com o fim da pandemia. Para os que separam um tempo maior para a família (96,5%), se conectaram mais com pais e filhos (90,5%), realizaram pequenos reparos domésticos (79,9%), reservaram um tempo maior para hobbies (83,1%) e fizeram trabalhos manuais (58%), para todos esses, o índice de continuação desses hábitos ficou acima dos 90%. O cenário oposto ficou com as aulas híbridas das crianças, dos 35,5% que mantém essa rotina, apenas 52,1% seguirá o mesmo regime.
Metodologia
Um total de 2.824 brasileiros respondeu a pesquisa de forma digital, entre 25 e 31 de abril de 2021, garantindo resultado com 1,84% de margem de erro. A pesquisa engloba todo o Brasil, níveis de renda ABCD e todas as faixas etárias.
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