Por Shirley Fernandes, sócia-diretora Comercial e de Marketing da N1 IT, empresa do Grupo Stefanini.
Hoje, inovar não soa mais como uma opção, mas como um dever de quem está a bordo deste século. A aceleração mental, física e emocional tem tomado conta do nosso dia a dia e o relógio está correndo na mesma velocidade. Contudo, a nossa percepção é outra. Durante esse caminho, algumas frases permeiam o nosso dia a dia: “Precisamos nos reinventar, criar coisas novas”, “É preciso fazer diferente, sair da zona de conforto”, “É preciso olhar para fora da caixa”, “Reprogramar nossos hábitos”, “Desenvolver mais nossas habilidades”, “Conhecer mais, transformar” e por aí vai. É uma avalanche de conceitos que nos cercam e nos fazem pensar nessa aceleração, nessa percepção de que temos desenvolvido sobre a vida, sobre o tempo, sobre o passado, presente e o futuro.
O tempo é cada vez mais escasso ou será que é a gente que não está conseguindo organizá-lo? Como inovar utilizando o tempo que temos? Pode até parecer que não, mas essa quantidade de demandas que nos são apresentadas e a necessidade urgente de inovar a cada manhã que nasce, nos faz refletir sobre a seguinte questão: como fazer tudo isso de forma equilibrada, estruturada e eficiente? Essa é a grande questão que eu levanto e reflito todos os dias. E acredito que com você também não seja diferente.
Uma pesquisa feita pela Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (ANPEI) e Fundação Dom Cabral (FDC), focada em entender os desafios e oportunidades, desenvolvimento e inovação em vários setores, com percepções de executivos e grandes empresas e startups, aponta que em 51% das empresas houve um impacto negativo nas atividades de inovação, devido à pandemia.
Segundo o professor de Inovação e Competividade e gerente do Núcleo de Inovação, da FDC, Carlos Arruda, algumas empresas chegaram até mesmo a paralisar seus projetos de inovação. Empresas de tecnologia e saúde, por exemplo, precisaram adotar novar soluções de forma muito rápida.
Por isso, podemos concluir que: “inovação não é ter aquilo que ninguém tem, é fazer aquilo que ninguém faz com o que todo mundo tem.” É preciso usar o que temos, e fazer o melhor, de forma ainda mais detalhada e customizada. A inovação começa quando olhamos para um propósito, um objetivo, uma dor, um problema.
Inovar não é inventar uma nova roda, criar um produto que não se pareça com nada. O novo pode estar bem diante dos nossos olhos. Como explicita Nick Balding, “Inovação é a exploração com sucesso de novas ideias”. Todo nós podemos olhar para a mesma coisa, no mesmo momento, mas cada um terá um olhar diferente sobre aquele mesmo objeto. E caberá a você a decisão sobre como enxergará isso.
Por isso, o processo de inovar é customizado para cada empresa, para cada segmento. Cada projeto inovador trará demandas especificas e é necessário ter o processo de inovação muito bem estruturado. Quando vejo esta necessidade de inovar versus os desafios do mercado, penso em um funil de inovação que começa com a definição do propósito e depois passa por traçar uma série de ações para atingir o objetivo.
Inovar é uma prática de olhar e fazer o que ninguém faz com as ferramentas que todo mundo tem.
É preciso trazer diversidade, vozes diferentes, pensamentos diferentes. O maior bloqueio da minha inovação chama-se eu mesma, porque é normal voltarmos para o paradigma, para o convencional. É errado fazer mais do mesmo? Manter o mesmo, do mesmo? Não!
Essa é uma inovação tímida, mais conservadora, porém o mundo nos pede a cada dia uma inovação disruptiva que nos coloca em outro patamar. Empresas que têm visão, têm aberto espaços e possibilidades para a experimentação, e buscam pessoas com este espírito inovador com a competência de conectar soluções com os problemas. Não esqueça de que inovar é uma prática insistente e contínua que o mundo nos apresentou e nos apresenta todos os dias.
Assim, eu deixo a seguinte reflexão: o que eu entendo efetivamente por inovar e o quanto eu tenho me permitido abrir as portas, para este mundo inovador?
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