Por Lourival Romero Mendes, COO da Taking
De todas as mudanças pelas quais estamos passando nos últimos anos, talvez algumas das mais evidentes sejam as que envolvem os modelos de trabalho. A consolidação do trabalho remoto e a implantação de modelos híbridos têm representado desafios para as empresas e suas áreas de Recursos Humanos, que precisam lidar com novas estruturas do trabalho e os novos modelos de contratação dos profissionais.
Na área de TI, por exemplo, profissionais que antes trabalham em regime de exclusividade, agora têm a possibilidade de trabalhar part-time para mais de um cliente. Isso é reforçado também pelas contratações por job, que se tornaram uma tendência e têm ajudado a minimizar a escassez de profissionais no mercado.
Não há dúvidas de que o modelo traz uma série de vantagens. Do lado do empregador, há a vantagem de contar com especialistas com alto grau de conhecimento, capazes de desenvolver trabalhos específicos e sofisticados em mais de um cliente. Muitas das empresas que hoje contam com estes profissionais, talvez não contassem com eles no modelo tradicional por não ter o volume necessário de projetos para mantê-los ali.
A contratação part-time também tem permitido que empresas que adotam o modelo de squads possam contar com arquitetos dentro de seus times, já que eles não precisarão ser contratados em regime integral. A vantagem aqui é conseguir compartilhar profissionais capazes de solucionar problemas complexos de forma rápida a um custo muito menor.
Mas nem tudo são vantagens. Ao ser alocado em vários projetos e clientes, pode acontecer de o profissional nem sempre conseguir atuar em todas estas frentes de forma eficiente, atendendo às demandas e expectativas de todas elas. Do outro lado, muitas empresas que adotam o modelo ainda têm a mentalidade de que o profissional estaria disponível em tempo integral, mesmo que virtualmente, o que pode ser bastante desgastante para a relação, já que o cliente vai exigir não apenas resultados, mas disponibilidade.
É uma questão cultural, que vem de anos de um modelo de contratação com exclusividade e que, mesmo com o trabalho remoto e a adoção de modelos híbridos, não vai mudar de uma hora para outra. Parte dessa mudança passa pela adoção de frameworks e acompanhamentos efetivos, que garantam à gestão que o profissional está cumprindo o que foi acordado e realizando as entregas dentro do esperado. Fica claro que este novo modelo que vemos surgir a partir de agora vai exigir mais da gestão, que precisa mudar o seu foco para as entregas.
É preciso ter cuidado para que este aumento de complexidade não se transforme em aumento de custos que, mais à frente, pode ter impacto certo nos resultados. O ponto é que o processo de gestão precisar estar cada vez mais forte para que se possa extrair o melhor deste novo modelo, que veio para ficar e isso, como tem ocorrido em muitas atividades de TI, pode ser feito por parceiros especializados.
Estamos falando de empresas que podem oferecer não apenas os profissionais, mas também frameworks de agilidade e gestão que possibilitem o compartilhamento de recursos, a cobrança do que foi entregue a cada cliente e, principalmente, a garantia da qualidade da entrega. Para isso, estas empresas contam com um conjunto de consultores especialistas que podem ser compartilhados por vários clientes, garantindo o conhecimento exigido e sem a necessidade de que elas precisem se preocupar com a gestão destes profissionais.
E por gestão falamos de garantir o atendimento a todos os projetos, identificar demandas, indicar os melhores profissionais capacitados para cada um e, principalmente, os resultados. Não é pouco, e ainda deixa para as empresas e suas áreas de TI tempo e recursos para que possam dedicar-se à inovação e novas estratégias de negócio. Faz sentido para vocês?
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