Por Rafael Martins, CEO do Grupo Máxima
A missão da Inteligência Artificial (IA) é tornar as ações mais automatizadas, ágeis e sem a necessidade de interferência humana durante o processo. Desconsiderar o potencial da IA como carro-chefe da Transformação Digital pode arriscar o presente e o futuro das organizações, principalmente em áreas nas quais há necessidade de agregar vantagem competitiva, como o setor de vendas, o que inclui também — e em larga escala — o universo digital do e-commerce.
O comércio eletrônico brasileiro deverá crescer 95% até 2025, chegando a US$ 79 bilhões em valor de transações, de acordo com o relatório The Global Payments Report 2022, da Worldpay from FIS. Em relação a 2021, o relatório constatou o crescimento de 13,4% no valor da transação somente no ponto de venda (PDV).
Ainda que esse último indicador reflita a recuperação dos impactos da pandemia da Covid-19 nos pontos físicos, não podemos descartar a expressividade das vendas on-line. Isso significa que não há volta na digitalização e os investimentos em inovação não devem ser freados. Pelo contrário, é hora de implementar novos recursos para não perder espaço nas vendas.
Ao inserir um e-commerce B2B (Business-to-Business) em um mercado mais tradicional como o atacado distribuidor, por exemplo, é necessária uma combinação inteligente de estratégias, soluções e ferramentas que estejam alinhadas aos objetivos de crescimento de vendas das empresas. Hoje, por exemplo, já existem meios que conectam o atendimento consultivo de um vendedor ao e-commerce B2B utilizado pelas organizações. Esse tipo de funcionalidade dá mais liberdade estratégica às empresas e facilita a adaptação cultural do time.
E, para dar ainda mais suporte à negociação on-line, as ferramentas de IA, com recursos de Machine Learning, potencializam as vendas. Seja com o objetivo de aumentar o valor do ticket médio ou apoiar o consumidor nas suas compras, contar com a Aprendizagem de Máquina garante tomadas de decisões mais assertivas e em tempo real. Essa tecnologia aprimora-se a partir do comportamento dos clientes, estudando seus dados e histórico de compras, bem como os perfis semelhantes aos seus, o que permite realizar uma análise definida de cada consumidor para traçar estratégias de up selling e cross selling, sugerindo novos produtos em seu carrinho de compras ou outros momentos oportunos.
Segundo a pesquisa da Ilumeo, consultoria de Data Science, 50% dos consumidores brasileiros confiam nas recomendações realizadas pela Inteligência Artificial e acreditam que elas são personalizadas para eles. O estudo também revela que cerca de 80% dos consumidores do universo on-line têm disposição de aceitar ajuda de uma IA para sua decisão de compra, revelando uma abertura do shopper para as novas tecnologias. No atacado distribuidor, pudemos observar que, as empresas que utilizam a Inteligência Artificial no carrinho de compras, aumentaram em 5% a conversão no último trimestre de 2021.
Sem dúvida, o uso da Inteligência Artificial potencializa as vendas no e-commerce B2B, permitindo que as empresas agreguem vantagem competitiva ao seu negócio, além de aproximar, fidelizar e facilitar a jornada de compra do consumidor, que poderá tomar decisões mais assertivas sobre os produtos. A inserção de recursos tecnológicos no e-commerce não se trata somente de digitalização, mas, sobretudo, de mais segurança para o negócio ao acompanhar as tendências almejadas pelo cliente.
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