A Adobe divulgou a atualização de seu relatório Digital Economy Index (DEI), barômetro global que analisa em tempo real o poder de compra digital dos consumidores. A versão mais recente, com dados das transações on-line de junho, já demonstra os grandes impactos da pandemia da covid-19 nos Estados Unidos e apresenta possíveis tendências para a economia digital.
O aumento da relevância do e-commerce é claro: o comércio eletrônico faturou, entre março e junho, US﹩ 77 bilhões a mais do que o esperado pelos pesquisadores do DEI. Só em junho, o gasto on-line foi de US﹩ 73,2 bilhões, aumento de 76,2% na comparação com números do mesmo mês de 2019. Os níveis de compra do e-commerce estão, aliás, maiores que os do período de festas (novembro e dezembro) do ano passado.
“O cenário atual é complexo, e está em constante transformação. Por conta da quarentena, era esperado um crescimento das vendas on-line, que já estavam em ascensão. Entretanto, o estudo mostra que esse crescimento foi muito mais significativo do que havíamos imaginado”, comenta Stella Guillaumon, general manager na Magento, um companhia Adobe.
O isolamento social e a quarentena também reforçaram a relação dos consumidores com lojas on-line. O fluxo de clientes novos e o de clientes que retornam depois da primeira compra – movimento que impulsionou o aumento do gasto em maio – diminuiu em junho, mas o nível de consumidores leais (aqueles que fizeram duas ou mais compras) permaneceu estável. Isso aponta uma tendência de fidelização dos clientes, que, depois de se adaptarem ao comércio on-line, estão, aos poucos, tornando as compras pela internet um hábito.
Embora essa modalidade mantenha alto crescimento ano a ano – 130% em junho -, com o início da reabertura das lojas esse número diminuiu 21% em relação ao constatado em maio. Ainda assim, 23% dos consumidores preferem comprar on-line e retirar na loja a receber os produtos em casa, provavelmente porque conseguem economizar o preço do frete e receber o pedido com mais agilidade.
O relatório também aponta a redução de um padrão do começo da pandemia: a compra de grandes quantidades de itens de supermercado para estocar. Em fevereiro, ante a preocupação quanto aos efeitos da pandemia, o tamanho médio do carrinho de compras on-line desses itens começou a crescer, e agora está diminuindo. Essa redução está relacionada a fatores como aumento dos preços, reabertura de lojas físicas e consumidores mais habituados ao cenário atual.
Ainda sobre itens de supermercado, sua inflação foi de 2,6% na comparação ano a ano. Neste primeiro semestre, os preços desses itens aumentaram 4%, valor 5 vezes maior que o registrado no mesmo período de 2019. Em relação à categoria de vestuário, os preços aumentaram 4,3% ano a ano em junho; já o valor de computadores subiu 6,2% desde março.
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