Embora especialistas e autoridades da área da saúde recomendem cautela a respeito dos sinais de desaceleração da pandemia no país, começa a surgir a sensação de que o pior já passou. Se a queda no número de novos casos da doença e de mortes provocadas por Covid-19 em boa parte dos estados brasileiros nas últimas semanas aponta para a normalização, os efeitos da pandemia na economia ainda precisam ser superados.

Para impulsionar a retomada, muitas empresas acreditam que investimentos na digitalização serão fundamentais para enfrentar esse momento, indica um estudo realizado pela Economist Intelligence Unit (EIU) no final do mês de junho. O levantamento coletou insights de mais de 50 executivos da América Latina para captar a percepção sobre os rumos dos negócios e os impactos da crise causada pelo surto do novo coronavírus.

De acordo com a pesquisa Barômetro Global de Negócios, 58% dos executivos ouvidos apostam nessa estratégia de digitalização e 90% deles afirmam que tecnologias relacionadas à experiência do consumidor e à privacidade/segurança de dados serão mais importantes ainda em um cenário pós-crise.

“Muitas empresas só conseguiram resistir a atual crise porque estavam minimamente preparadas para esse momento, por realizarem um trabalho de gestão e de qualidade de dados que permitiu que seguissem de alguma forma com suas operações ou que pudessem traçar uma nova estratégia de negócio a partir do seu banco de informações”, diz André França Cardoso, CEO da Assesso, provedora de software e consultoria para Gestão da Informação e Qualidade de dados.

No entanto, muitas corporações não fazem uma boa gestão dos dados que dispõem, muitas vezes em grande volume, mas sem qualquer qualidade. “Como se percebeu, é importante tratar todo esse material de forma adequada, com soluções inovadoras para organização, análise e validação das informações. Esse banco de dados certamente é um dos principais ativos que a companhia possui”, complementa o CEO da Assesso, que tem as empresas Natura, Gol, Santander e Sodexo entre seus clientes.

O estudo mostrou também que o uso de inteligência artificial (82%), Automação Robótica de Processos (80%), computação em nuvem (76%) e Internet das Coisas (70%) ganharão relevância e devem permear as estratégias das companhias no processo de retomada após o fim da pandemia. “De qualquer forma, somente a partir de uma boa gestão dessas informações obtidas é que se consegue criar novas oportunidades de negócio”, conclui Cardoso.