Por Rodrigo Pádua (*)
A relação com os colaboradores vai além do tradicional pacote de benefícios. Cada vez mais, as organizações têm investido nessas relações para atrair e reter seus talentos. Embora os processos de integração do novo colaborador nas empresas sejam definitivamente humanizados, há formas de otimizar essa socialização por meio de novas tecnologias. Uma delas é o Onboarding Digital.
O intuito é receber, promover a socialização com os processos e cultura organizacional. Ao ingressar em um novo desafio, é crucial proporcionar uma experiência única ao novo membro do time. As empresas que possuem um processo de ingresso estruturado percebem uma produtividade 62% melhor, segundo a Society for Human Resource Management (SHRM).
Cada setor possui um processo de onboading diferente, com contextos específicos, mas vamos trabalhar com dois cenários gerais. O primeiro está ligado ao home office, onde é possível estabelecer integrações e novos comportamentos seguindo as medidas de distanciamento. E o segundo se relaciona com a necessidade de trazer cada vez mais experiências 100% digitais ao novo colaborador.
Nos dois casos, a tecnologia concilia soluções e processos desenhados para que torne o onboarding dinâmico e eficiente em todas as etapas da jornada, como:
– Recrutamento e seleção com Inteligência Cognitiva & IA: As assistentes virtuais, como a Sophie desenvolvida pela Stefanini, realizam o primeiro contato com os candidatos que se encaixam no perfil de uma determinada vaga. Respondendo questões durante todo o processo seletivo, chamamos de “fase namoro”, direcionando aos motores de Matching do Virtual Assistent, que avalia as competências necessárias e indica maior fit para a vaga.
– Disseminando a cultura da empresa: De forma simples, o Onboarding Digital integra Service Designer/UX/UI e Inteligência de dados & IA. Por meio dessas ações se estabelece uma experiência dinâmica, transparente e responsável. E claro, aumentando também o índice de permanência do colaborador, que segundo Aberdeen Group, pode aumentar em até 50%.
– Reter talentos: Através da plataforma personalizada que criamos na Stefanini, os profissionais de RH podem ter a visão de todos os colaboradores alocados em clientes para projetos específicos. Caso o projeto seja finalizado, o time pode realocá-lo em novos clientes e projetos.
– Suporte: A troca de experiências com colaboradores mais antigos é fundamental para que entendam processos. Aumenta o censo de pertencimento e estimula o crescimento profissional. O formato de mentoria é um exemplo clássico de aprendizagem pelo exemplo, que facilita, incentiva e inspira os profissionais envolvidos, além de proporcionar uma performance ainda mais produtiva.
Vale lembrar que todo esse programa de Onboarding não acaba quando termina. As empresas estão recalibrando seus processos de integração, encurtando prazos, acelerando algumas etapas e revisando técnicas. Porém, essas mudanças podem ser insuficientes para os recém-chegados, tanto para entenderem a cultura quanto para desenvolver relacionamentos dentro da organização. Por isso, é preciso fazer investimentos no crescimento profissional deles, proporcionando oportunidades e aprendizados.
De acordo com o Relatório de Aprendizagem da Força de Trabalho de 2018 do LinkedIn, 93% dos funcionários permaneceriam na empresa por mais tempo se ela investisse em suas carreiras. Isso sinaliza que o colaborador valoriza o seu pessoal e tem interesse no sucesso, em agregar para a sua empresa. É fundamental compreender que as necessidades do novo membro não se resumem apenas à integração, mas em criar uma experiência, construindo um relacionamento saudável e duradouro.
O Onboarding Digital é a chance que as empresas têm de proporcionar uma experiência única, mais ágil aos colaboradores, além de contribuir para que seu negócio seja mais eficaz e competitivo diante da transformação digital nos novos modelos de negócios.
(*) Rodrigo Pádua é VP Global de Gente e Cultura do Grupo Stefanini.
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