Apesar de 2020 ter sido um ano desafiador para quase todos os setores da economia e a possível retração do PIB em 4,66%, os próximos meses tendem a superar as expectativas e carregarem um cenário positivo para alguns segmentos, como o das GovTechs, startups que tem como propósito trazer soluções tecnológicas para melhorar a gestão pública.

Já 2021 chega com a expectativa de crescimento acima de 3% no PIB. O início dos mandatos municipais geram uma perspectiva ainda maior de oportunidades para essas empresas, que há anos já estão mudando o cenário de muitas prefeituras e governos pelo país.

“O crescimento do PIB vai depender muito do caminhar da pandemia, acreditamos que a oportunidade está com as prefeituras; a grande maioria ainda enfrenta as consequências que o vírus trouxe, para auxiliar a manter as contas dos municípios no azul é natural que se busquem soluções que tragam não apenas economia de gastos, mas também de tempo”, explica Marco Antonio Zanatta, fundador do AprovaDigital, GovTech que busca desburocratizar e tornar digitais os processos das prefeituras do Brasil.

Outro ponto que vale ressaltar é que o Índice Govtech da Iberoamérica, produzido pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), que busca entender a maturidade dos ecossistemas nos quais estas empresas trabalham, o Brasil foi destacado como quarto lugar, com um índice de 5.256 pontos – atrás apenas de Espanha (6.630 pontos), Portugal (6.283) e Chile (5.367).

Segundo André Brunetta, CEO do Zul+, autotech que auxilia no pagamento remoto de multas, pedágio, zona azul, IPVA, e outros serviços relacionados à mobilidade, as GovTechs estão diante de um cenário fértil não apenas para o surgimento de novas empresas, mas também para o fortalecimento das marcas já presentes no mercado. “O Brasil está em busca dessas soluções, isso significa que existe espaço e demanda. O fato de prover soluções tecnológicas que chegam para melhorar o sistema público é positivo, uma vez que tem impacto direto na população”, afirma o executivo

Entretanto, tanto Marco quanto André alertam que, apesar de essas empresas estarem diante de uma grande oportunidade, ainda existem precauções a serem tomadas. Cada cidade possui uma realidade e é primordial que, antes de tudo, as empresas tenham capacidade de se adaptar às necessidades de cada governo.