A pandemia do coronavírus trouxe mais uma preocupação, desta vez no meio digital. De acordo com um relatório de inteligência de ameaças para a América Latina da Fortinet, o Brasil foi alvo de cerca de 3,4 bilhões de tentativas de golpes entre janeiro e setembro de 2020. Outro relatório da Chainalysis aponta que só os ataques de ransomware, situação em que um hacker acessa e sequestra um ou mais arquivos da vítima e exige pagamento para resgate do material, tiveram um aumento de 311% em comparação com 2019, causando prejuízos de mais de US$ 350 milhões.
Os golpes cibernéticos têm mobilizado empresas a reforçarem a sua segurança. Um modelo que tem ganhado mais espaço é o blockchain, que em tradução literal significa cadeia de blocos, que forma um banco de dados constituído por blocos de informações interligadas e descentralizadas (formados por computadores espalhados pela web). Dessa forma, diferentemente dos bancos de dados centralizados em que o hacker pode invadir o sistema por meio de uma entrada e ter acesso a todas as informações, no blockchain o invasor precisa invadir diversas outras máquinas para sequestrar os dados. Além disso, o sistema é rastreado e criptografado de ponta a ponta, garantindo ainda mais segurança das informações.
Em Goiás, empresas já têm buscado investir nesse sistema para garantir ainda mais a segurança de suas informações e novidades têm chegado para atender a demanda. É o caso da plataforma de permutas multilaterais XporY.com, que foi a única startup goiana selecionada para participar do programa Early Adopters, da GoLedger, empresa que desenvolve soluções blockchain. A iniciativa ainda conta com as startups HA Tecno (soluções biométricas), Soluta (diagnósticos de conformidade com a LGPD), Selletiva (logística reversa), Blackgold (rastreabilidade e certificação do cacau) e Gustto (empresa de software).
De acordo com o sócio-fundador daXporY.com e especialista em inovação e economia colaborativa, Rafael Barbosa, a plataforma de permutas buscou aderir à tecnologia blockchain para garantir ainda mais segurança para os mais de 10 mil membros que utilizam a plataforma diariamente. “Hoje nosso trabalho é facilitar as trocas multilaterais entre empresas e profissionais liberais, algo que ganha ainda mais relevância diante do cenário de pandemia que estamos enfrentando. Vamos participar desse programa para garantir ainda mais segurança aos nossos membros”, destaca Barbosa.
A seleção
De acordo com o fundador e COO da GoLedger, Otávio Soares, a seleção das empresas levou em consideração alguns fatores técnicos, como o impacto causado pelo modelo de negócio na sociedade e a inovação disruptiva. “Também foi pensado o nível de maturidade da empresa e o grau de alinhamento com a tecnologia. Por isso, avaliamos como conseguiríamos auxiliar da melhor forma os processos da empresa”, destaca.
Em atuação há mais de três anos com foco em governos, a GoLedger está ampliando o foco de atuação e indo para o setor privado. Com essa iniciativa, a empresa vai possibilitar aos participantes do programa o uso da plataforma blockchain por seis meses com todo acompanhamento e mentoria gratuitamente, a fim de testar sua experiência com a plataforma e o feedback das selecionadas irá contribuir para aprimorar o sistema que está sendo aberto para a iniciativa privada.
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