Por Rodrigo Reis, Diretor comercial e sócio na Reis Office
Até setembro de 2020, quem fazia um pedido no e-commerce brasileiro sabia que, além do produto em si, receberia alguns papéis dobrados e grudados no pedido. A obrigatoriedade de enviar a Nota Fiscal impressa causava algumas situações esdrúxulas, como o envelope ser maior do que o produto em si ou ainda a exposição de informações sensíveis, como identificação e valor do item para terceiros. Do ponto de vista operacional, representava também um processo burocrático e altamente custoso para as lojas virtuais. Felizmente, esse documento passou a ser substituído por uma simples etiqueta. Agora, com as ferramentas adequadas, é possível economizar tempo e dinheiro para os negócios.
Esse documento é conhecido como Danfe, sigla para Documento Auxiliar de Nota Fiscal Eletrônica. A Nota Técnica 4/2020, publicada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) autorizou as lojas a utilizarem a versão em etiqueta em vez da impressão em papel, além de reduzir a divulgação de alguns dados – ainda que o valor continue obrigatório. Essa mudança foi resultado de uma demanda encabeçada pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo). A entidade lidera a campanha “Logística sem Papel”, que visa desburocratizar o setor bem como aumentar a eficiência e agilidade de todo o varejo.
A agilidade é, aliás, o principal argumento utilizado em prol da adoção das etiquetas em relação ao papel impresso fixado nos itens. O levantamento da FecomercioSP indica que uma simples compra no e-commerce pode acarretar a impressão de 16 documentos diferentes. Num período de um ano, só o trabalho necessário para dar conta dessa burocracia consome cerca de um mês. Ou seja, a empresa “perde” 30 dias para dar conta de todo esse processo, entre imprimir e despachar documentos. Realmente é um número elevado demais para um setor composto, em sua maioria, de pequenos e médios negócios que precisam sobreviver à instabilidade provocada pela pandemia de covid-19.
Evidentemente, há também o ganho econômico. Se os profissionais do varejo perdiam um mês por ano apenas nas questões burocráticas, a partir do momento em que há mais agilidade, aumenta o ganho de produtividade. Além disso, a despesa envolvida na impressão de um documento em papel costuma ser bem mais cara do que a de etiqueta. Estimativas de mercado indicam que a economia chega a 40% – igualmente um número alto demais para ser ignorado pelos empreendedores. Se há possibilidade de fazer mais gastando muito menos, por que continuar com algo que impacta negativamente a produtividade?
A questão é que a simples troca do Danfe em papel pela etiqueta não traz esses dois benefícios citados. Os resultados positivos só são alcançados com dois pontos principais: 1) a utilização de soluções de impressão capazes de gerar esse documento com custo baixo e de forma rápida; 2) a adaptação da operação da empresa para aproveitar ao máximo os recursos proporcionados por essas ferramentas. Assim, antes de adotar a etiqueta, torna-se imprescindível analisar como o serviço é realizado no comércio eletrônico e, claro, encontrar os melhores parceiros que oferecem os equipamentos adequados. É possível encontrar até quem disponibilize esse recurso via assinatura, proporcionando maior economia.
Sem essa preocupação, a loja virtual corre o sério risco de ficar só na promessa de economizar tempo e dinheiro. No atual cenário de aceleração digital provocado pelo avanço do novo coronavírus, a adoção de soluções que prometem desburocratizar processos precisa acompanhar uma tomada de decisão inteligente e planejada. A tecnologia, por si só, não traz melhores resultados. Somente quando há uma análise detalhada dos problemas enfrentados pela empresa e dos objetivos a serem alcançados é possível melhorar o desempenho ao encontrar o parceiro ideal e utilizar as ferramentas adequadas.
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