Por Rodrigo Reis, Diretor comercial e sócio da Reis Office

Quem tem mais de 35 anos certamente já viu algum mimeógrafo, principalmente na sala de aula, com aquele cheiro de álcool característico, utilizado para fazer cópias muito antes da popularização das impressoras portáteis. Esse equipamento era bastante comum até a década de 1990, assim como as máquinas de escrever e as agendas. Não faz tanto tempo assim, e muitos de nós ainda lembram dessas ferramentas. A questão é que as soluções tecnológicas estão evoluindo cada vez mais rapidamente – e as empresas precisam acompanhar essas transformações se quiserem continuar se destacando (e crescendo) em seus mercados de atuação.

Hoje, não se trata mais de possuir as melhores soluções tecnológicas. É preciso acompanhar as atualizações e tendências que surgem a todo instante. A transformação digital, conceito que está na moda no ambiente corporativo, não espera e exige das empresas um investimento pesado em inovação. Uma pesquisa conduzida pela consultoria PwC mostrou que, diante da pandemia de covid-19, mais da metade das organizações (52%) planejou cortar ou adiar investimentos estratégicos. Contudo, apenas 9% desses cortes seriam em iniciativas de digitalização.

Os dados reforçam o cenário de importância da tecnologia nas empresas e em nossas vidas de forma geral. A nossa rotina depende das soluções digitais. Do simples alarme inserido no smartphone ao aplicativo de delivery que permite o consumo sem sair de casa em tempos de pandemia, tudo depende de uma estrutura tecnológica. Sem ela, os impactos do novo coronavírus teriam consequências bem piores do que as enfrentadas atualmente. Imagine medidas de restrição sem smartphone ou notebook. Ou ainda o home office sem impressoras portáteis e softwares de gerenciamento eletrônico de documentos. Negócios iriam quebrar e a sociedade entraria em caos.

Mas a velocidade de inovação da tecnologia também traz seu ônus. As organizações precisam estar preparadas para acompanhar essa rapidez. É necessário ter planejamento, estruturar processos internos, capacitar profissionais e, principalmente, estar antenado ao que acontece de novo em seu segmento. Ferramentas importantes hoje podem não ter a mesma utilidade amanhã. Sem o devido preparo, essas empresas correm o risco de serem engolidas se não acompanharem a evolução. É algo que independe do porte e da força da marca no mercado. Basta olhar os exemplos da Kodak, no ramo fotográfico, e da Blockbuster na locação de filmes. Duas gigantes que sucumbiram justamente por não vislumbrarem mudanças promovidas pelos hábitos digitais.

A queda de grandes corporações serve de alerta e traz lições valiosas. Diferentemente do que ocorria há duas décadas, hoje a própria cadeia que envolve a oferta de soluções tecnológicas está mais madura, garantindo o apoio necessário na atualização de ferramentas e até hábitos. É um trabalho que realmente não precisa ser feito sozinho. A melhor dica é encontrar corporações que atuem como parceiras e consultoras em vez de meras fornecedoras de soluções. Dessa forma, é possível encontrar os melhores recursos de acordo com os objetivos, o investimento e a necessidade da companhia. Assim, o surgimento de novas ideias e serviços tecnológicos no futuro não colocará em risco toda a operação do negócio – permitindo sua adoção gradual sem afetar a produtividade.

Quando a tecnologia avançava a passos de tartaruga, era mais fácil para os empreendedores acompanharem as mudanças. Havia tempo para pesquisar, descobrir, planejar e mudar sem que isso representasse algum risco à sobrevivência corporativa. Agora vemos praticamente uma corrida de Fórmula 1, em que tudo pode mudar em questão de segundos. Mas isso não significa que se trata de uma corrida perdida. Pelo contrário, com preparação e apoio adequado, é possível antever as mudanças. Hoje, esse é o grande segredo por trás das principais corporações em todo o mundo.