A pesquisa do IDC (International Data Corporation) “Automation as a Force for Good — 6 Steps to Transform Theory into Practice”, realizada com executivos de empresas globais, atuantes nas principais economias do mundo, já havia atestado o crescente interesse da força de trabalho humana em criar seus próprios assistentes digitais. Segundo o estudo, feito sob encomenda da UiPath, líder global na automação de processos via o RPA, quando perguntados se estariam de fato interessados em programar seus próprios robôs de software, 25% dos trabalhadores foram firmes em atestar essa vontade e 38% mostraram-se fortemente inclinados. “O que a pesquisa fotografou foi a forte demanda pela democratização da tecnologia da automação de processos repetitivos em todo mundo, o que vai de encontro com aquela ideia mais antiga do departamento centralizado de TI. O mundo corporativo vem assistindo à automação voltada às pessoas para depois reverberar na organização, e isso é uma mudança de paradigma”, diz Edgar Garcia, Vice-Presidente Regional da UiPath para a América Latina.
No entanto, segundo a UiPath, democratizar a automação nas empresas requer processo, planejamento e muita estratégia. Acompanhe a seguir seis fatores críticos e fundamentais para tornar as habilidades de desenvolvimento da automação algo real e acessível em empresas de qualquer segmento.
1. A força executiva
À medida que surgiram tecnologias como automação de processos robóticos (RPA), inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina (ML), centros de excelência (CoEs) foram criados para garantir governança, padronização e controle de qualidade. No entanto, a verdade é que democratizar a automação em toda a organização é um esforço transformador que precisa ser conduzido por uma forte força executiva e visionária. “Para haver comprometimento e alinhamento com o programa de automação, ou seja, para que ele não seja somente um projeto e sim uma jornada, o negócio precisa estar envolvido e acreditar que a automação pode influenciar nos objetivos comuns”, diz Garcia. “E estes objetivos, comuns à organização, podem incluir, por exemplo, reduzir custos, alcançar maior velocidade e eficiência nos processos corporativos ou aumentar o engajamento dos profissionais na construção de automações”, completa o executivo.
Segundo ele, somente com um forte apoio executivo a empresa consegue garantir o compromisso multidisciplinar, capaz de enfrentar os obstáculos que surgirão ao longo da jornada.
2. Os primeiros adeptos
Com a força executiva, surgirão os primeiros adeptos. E é importante reuni-los, vislumbrar e cultivar neste grupo a vontade de aprender novas habilidades, a proatividade para identificar áreas de oportunidade e a liderança para inspirar outras pessoas e pares. “Ao contrário do que muitos pensam, esse comportamento é muito mais importante que dominar competências técnicas extensas”, diz Garcia.
Segundo ele, há várias maneiras de identificar os primeiros adeptos na organização. “Uma delas, por exemplo, é executar uma iniciativa ou workshop de automação em que os colaboradores possam ser apresentados ao treinamento básico da tecnologia e convidados a reconhecer aspectos da rotina de trabalho passíveis de serem automatizados”. A experiência pode trazer à tona os entusiastas, as pessoas que podem ancorar as primeiras iniciativas de automação na empresa.
3. Gerenciamento de mudanças
Assim como tudo o que é novo, a automação frequentemente provoca resistência por parte de alguns colaboradores, ou seja, um certo receio natural em apoiar programas envolvendo robôs digitais. Por isso, a comunicação clara e o suporte à adesão dos profissionais, em seus diferentes perfis, são essenciais. “Muitas empresas que buscam a automação voltada às pessoas falham justamente na ausência de uma estratégia de comunicação robusta, capaz de gerenciar as mudanças relacionadas às iniciativas da automação. Isso é essencial porque inevitavelmente as mudanças virão”, diz Garcia.
4. Governança
Uma governança forte é o que permite escala e coloca os limites certos em torno da segurança, conformidade e gerenciamento de riscos inerentes aos processos da automação pensada para a força de trabalho. A boa notícia é que alguns aspectos de governança podem ser fornecidos pela plataforma de automação correta, ou seja, aquela que permite controles rígidos de software, garantindo que automações desenvolvidas não tenham consequências não intencionais. “Um centro de excelência desempenha papel fundamental, porque é preciso haver equilíbrio entre permitir que a automação seja liderada pelos colaboradores e, ao mesmo tempo, sob o gerenciamento de risco e auditorias de segurança”, explica Garcia.
5. Treinamento e capacitação
Atualmente, a automação já permite que mesmo quem não tem experiência na tecnologia aprenda rapidamente a habilitar robôs digitais capazes de simplificar muito o trabalho manual, repetitivo, em processos de negócios. “Mas isso não significa que a empresa não precise desenhar um plano de treinamento e capacitação customizado, que garanta que o time esteja ciente do que é possível fazer via a plataforma adotada pela empresa; e o centro de excelência pode orientar os profissionais neste processo”.
6. Incentivos e prêmios
Ao contrário de um mandato top-down, uma estratégia de premiação e incentivo bem projetada encoraja comportamentos corretos e espontâneos dentro da força de trabalho. “É importante ouvir atentamente o que o profissional quer e valoriza, e atender os pleitos por meio de incentivos, como bônus pontuais ou reconhecimento das realizações. Isso é ainda mais estratégico quando a empresa está na fase de identificar os primeiros adeptos, os profissionais que encabeçarão a jornada na empresa, ajudando que ela seja sustentável”, finaliza Garcia.
Comentários