*Por Flavio Silva, especialista de Segurança e Sales Engineer da Trend Micro Brasil
Quando o termo “fake news” aparece, as pessoas logos costumam associar o termo a postagens nas mídias sociais. Embora as postagens compartilhadas nas redes sociais sejam o seu aspecto mais visível, há muito mais notícias falsas por aí do que títulos de notícias exagerados nos feeds. As fake news podem parecer relativamente novas, mas na realidade a única novidade é a sua plataforma. A disseminação de informações não verificadas existe há séculos, e a internet é apenas o meio de comunicação mais recente a ser utilizado para espalhar mentiras e desinformação.
Uso como exemplo o triângulo do fogo, que representa os três elementos que um fogo precisa queimar: oxigênio, calor e combustível. Da mesma forma, as notícias falsas demandam três itens diferentes para ter sucesso. Eles representam coletivamente o Triângulo das Notícias Falsas, composto por: mídias sociais, motivação e ferramentas. Sem nenhum desses fatores, ele não consegue se espalhar e atingir seu público-alvo. Um recente estudo da Trend Micro entrou a fundo nesse universo.
As ferramentas e serviços servem para manipular e espalhar a mensagem pelas diferentes redes sociais – muitas das quais são vendidas em várias comunidades online de todo o mundo. Uma grande variedade de ferramentas e serviços estão disponíveis. Algumas são relativamente simples (curtidas/seguidores pagos), enquanto outras são mais incomuns. Alguns serviços prometem encher pesquisas on-line, enquanto outros forçam os proprietários de sites a publicar histórias. De qualquer forma, as ferramentas e serviços para promoção de mídia social estão prontamente disponíveis, dentro e fora do mercado conhecido como underground.
Obviamente, para que essas ferramentas sejam úteis, as redes sociais precisam existir como plataforma para a divulgação de propaganda. Como as pessoas passam mais tempo nesses sites como uma maneira de obter as últimas notícias e informações, sua importância na divulgação de notícias falsas não pode ser subestimada. No entanto, existe uma diferença entre simplesmente postar informação e realmente transformá-la em algo que o público-alvo consome.
Finalmente, a campanha de propaganda sempre vem com a pergunta: por que? Discutimos com frequência as motivações por trás das fake news. Às vezes, é simplesmente um desejo de ganho monetário via publicidade. Em outros casos, os objetivos podem variar desde motivações políticas ou até mesmo criminosas. Independentemente do motivo, o sucesso de qualquer campanha de propaganda será baseado no quanto isso afeta o mundo real.
Para mostrar a eficácia dessas campanhas, utilizamos vários estudos de caso que mostram como vários atores usariam ferramentas para divulgar notícias falsas para seus próprios fins. Esses estudos de caso incluem: as ferramentas específicas de cada campanha não são particularmente diferentes – seguidores/fãs comprados, curtidas, compartilhamentos, comentários e vídeos. Algumas campanhas podem achar que vale a pena comprar versões “de alta qualidade” desses produtos – teoricamente mais difíceis de serem detectadas pelas redes sociais
Governos de diversos países do mundo estão começando a reconhecer que as fake news são algo que deve ser combatido ativamente. Várias agências governamentais estão agora criando serviços para desmascarar histórias que consideram falsas. Eles também estão considerando impor regulamentos e punir sites que publicam informações erradas.
Os objetivos desses novos regulamentos incluiriam serviços de redes sociais. Isso tornaria as notícias falsas muito ruins para os negócios e, portanto, eles estão tomando medidas para combatê-las. Os passos a serem tomados incluem a suspensão de contas suspeitas ou de robôs, adicionando recursos para permitir que os usuários relatem notícias falsas e contratando mais pessoal para ajudar a lidar com esses relatórios.
Comentários