A hiperautomação é uma das tendências que mais se destacam no universo da transformação digital.

Segundo a consultoria Gartner, o mercado mundial de software que permite a hiperautomação deve chegar a US$ 596,6 bilhões em 2022, um crescimento de 23% em relação ao ano de 2020.

crescimento da hiperautomação

Essa expansão se deve sobretudo aos benefícios que as ferramentas inteligentes trazem às rotinas corporativas, independentemente do porte das empresas ou do segmento de atuação. A agilidade nos processos, a redução de custos operacionais e a melhoria na experiência do usuário são alguns pontos de destaque.

Pensando nisso, preparamos este conteúdo que explica:

tecnologias envolvidas na hiperautomação

Tudo isso, é claro, de forma simples e objetiva, para que você perceba o potencial desse conceito para seu negócio. Continue a leitura e comece agora mesmo a implementar a cultura da hiperautomação em sua gestão!

O que é hiperautomação

Identificada pelo Gartner como uma das 10 grandes tendências em tecnologia no ano, a hiperautomação é um conceito que combina as ferramentas de Inteligência Artificial com Automação Robótica de Processos (RPA), visando automatizar praticamente qualquer tarefa repetitiva executada por usuários empresariais.

Trata-se, portanto, da extensão da automação de processos que já conhecemos, abrangendo uma série de ferramentas como RPA, Machine Learning (ML) e Inteligência Artificial (IA) que operam em harmonia para automatizar processos em negócios complexos. Ou seja, a hiperautomação é um meio que viabiliza a transformação digital em sua potência máxima.

Por ser um conceito capaz de integrar diversas tecnologias focadas na análise de dados e de números, esse recurso auxilia na tomada de decisões complexas, interagindo e se conectando com diferentes sistemas via interfaces de programação de aplicações (APIs).

Nesse processo, as empresas conseguem não apenas reduzir custos operacionais, mas também tornar a rotina corporativa mais ágil e eficiente. O índice de erros diminui consideravelmente, pois a automação evita falhas humanas e reduz a sobrecarga de trabalho nas equipes. Ou seja, trata-se de um recurso que otimiza o negócio de ponta a ponta.

Não à toa, a hiperautomação vem modificando a forma como as empresas se relacionam com a cultura da transformação digital, que hoje já não representa mais um empecilho para  gestores e colaboradores, considerando-se que todos os envolvidos já reconhecem a importância das ferramentas inteligentes na rotina corporativa, de modo a evitar desperdício de tempo e dinheiro.

Visando cumprir esses objetivos, a hiperautomação integra diversas soluções tecnológicas avançadas, como RPA, ML e IA que falamos acima, de modo a executar atividades rotineiras sem a necessidade de intervenções humanas, por isso o risco de falha é praticamente nulo.

Tecnologias para hiperautomação

A automação vem sendo amplamente utilizada por diversas organizações ao redor do mundo, sempre na intenção de acelerar operações e reduzir custos em tarefas repetitivas.

A gestão de dados é um dos pilares desse processo. No entanto, a necessidade de digitalizar e estruturar esses dados para que, só então, possam ser manipulados pelo RPA, fez com que as instituições buscassem outras tecnologias.

É nesse cenário que a hiperautomação ganha protagonismo, combinando tecnologias de RPA com Inteligência Artificial (IA) para dar velocidade às tarefas cotidianas, proporcionar maior escala aos processos de um negócio e, assim, reduzir despesas para um crescimento mais sustentável.

Podemos dizer que a Inteligência Artificial é a grande maestra das ferramentas de automação inteligente. Isso porque as tecnologias da IA são as responsáveis pela confiabilidade, segurança e eficácia das tarefas automatizadas. Ou seja, mais do que ganhar velocidade nos processos, as empresas ganham assertividade na operação.

Entre as principais tecnologias para hiperautomação destacamos:

  • Automação Robótica de Processos (Robotic Process Automation)
  • Inteligência Artificial (Artificial Intelligence)
  • Aprendizagem de Máquina (Machine Learning)
  • Reconhecimento Ótico de Caracteres (Optical Character Recognition)
  • ICR Intelligent Character Recognition

Como se preparar para a hiperautomação

fluxo para a hiperautomação

No cenário da transformação digital, as empresas que conseguem se manter competitivas são aquelas que investem em ferramentas inovadoras para otimizar o fluxo de trabalho e proporcionar a melhor experiência ao cliente.

Além de contar com ferramentas específicas, é preciso priorizar alguns aspectos para que a hiperautomação ocorra de forma bem-sucedida. Vamos a eles.

Planejamento estratégico

O primeiro passo é fazer um planejamento estratégico que esteja alinhado aos objetivos do seu negócio. Portanto, antes de qualquer coisa, é preciso saber quais problemas a empresa deseja solucionar. Se a intenção é reduzir custos, por exemplo, o ideal é basear a escolha das ferramentas de hiperautomação nesse quesito.

Assim, o gestor não corre o risco de investir em soluções que apresentem inúmeras funcionalidades, porém que não resolvam o problema mais latente. Uma boa dica para sistematizar as necessidades da empresa é consultar os responsáveis em cada departamento e, juntos, buscarem por uma solução customizada.

Mapeamento dos processos

Depois de alinhar a hiperautomação com os objetivos do negócio, é hora de mapear os processos para entender quais operações podem ser dispensadas e quais serão automatizadas pelas novas ferramentas. Esse exercício é bastante positivo porque permite enxergar com clareza onde estão os eventuais gargalos no fluxo de trabalho.

Um indício claro é a repetição de tarefas, o famoso retrabalho, que poderia ser evitado caso as atividades estivessem bem mapeadas desde o início. O investimento na solução certa por meio de boas parcerias facilita esse olhar, corrigindo os problemas na prática, antes de se tornarem agravantes para o negócio.

Plano de ação

O plano de ação nada mais é do que a definição das tecnologias que serão empregadas ao longo do processo de hiperautomação. Se necessário, setorize as aplicações para uma visão ainda mais acurada do fluxo de trabalho, de modo a compreender como as ferramentas vão atuar em cada departamento. Lembre-se sempre de priorizar o olhar digital, pois a hiperautomação envolve a rotina corporativa de ponta a ponta.

Desenvolva o projeto

Aqui as ferramentas inteligentes começam a operar em projetos pilotos, com foco na melhoria contínua das operações até que todas as tarefas envolvidas na hiperautomação estejam sendo gerenciadas e conduzidas de forma adequada. Nessa etapa, é necessário que as equipes estejam bastante alinhadas para que os feedbacks façam sentido em todos os departamentos, favorecendo as definições.

Análise constantemente os indicadores

A análise de indicadores é parte fundamental de um processo de hiperautomação. Por esse motivo, as soluções tecnológicas contam com funcionalidades de Business Intelligence e gestão de dados na nuvem para otimizar essa análise. Assim, além de diminuírem a necessidade de instalações e estruturas complexas de TI, as ferramentas trazem mais assertividade à operação, acelerando a tomada de decisões.

Outra vantagem é que, com a análise constante dos indicadores, a distribuição e o acesso às informações também ficam facilitados. Isto é, o fluxo se dá de forma linear e sem ruídos, permitindo uma avaliação mais rápida, concisa e confiável. Como resultado, será possível retroalimentar as estratégias para um planejamento cada vez mais sólido e bem direcionado.

Desafios de integração e como superá-los

Um dos maiores desafios da hiperautomação é a conscientização e engajamento das equipes acerca dos benefícios desse processo.

Times mais tradicionais tendem a ser menos abertos à implementação das novas tecnologias, com receio de não se adaptarem ao fluxo de trabalho. No entanto, quando a cultura da transformação digital é bem implementada pelos gestores, fica mais clara a compreensão de que todos têm a ganhar com esse processo.

Contudo, reforçamos que a integração das ferramentas precisa ser muito bem planejada para que as equipes possam de fato usufruir dos benefícios. Nesse sentido, outro desafio é encontrar bons parceiros que auxiliem na implementação das soluções. Um software de gestão de conteúdo corporativo é um exemplo de solução que exige fornecedores especializados.

Com esse tipo de software, é possível gerir o alto volume de informações, acompanhar o workflows em tempo real e acessar relatórios atualizados de forma intuitiva. Tudo isso no ambiente digital, de modo que o usuário aproveite os dados disponíveis da melhor forma, gerenciando processos internos e mantendo os times sempre bem alinhados.

Vantagens da hiperautomação

Ao longo do conteúdo, vimos que as principais vantagens da hiperautomação estão relacionadas à agilidade nos processos, à redução de custos operacionais e à melhoria na experiência do usuário. A seguir, nos aprofundaremos nesses aspectos.

agilidade aos processos

As tecnologias de gerenciamento de dados a partir da inteligência artificial são capazes de mapear toda a jornada dos clientes, direcionando a tomada de decisões com base nas necessidades do público-alvo. Isso por si só já acelera as operações e ajuda a manter os colaboradores mais produtivos e engajados. E, como sabemos, equipes operando em alta performance refletem também no faturamento do negócio.

Um exemplo são os bancos e instituições financeiras. Esse segmento evoluiu muito nos últimos anos em automação do front office, isto é, na interface com o cliente (caixa eletrônico, abertura de conta pelo celular, entre outros recursos). No entanto, o middle e o back office ainda continuavam no com pouca automação, o que ocasionava uma quebra na jornada do cliente devido à lentidão nos processos.

A hiperautomação alterou essa realidade, favorecendo a experiência do cliente por meio da digitalização das operações de ponta a ponta, com eficiência operacional e sem abrir mão da segurança da informação. Se, antes da hiperautomação, as instituições financeiras demoravam dias para aprovar um crédito consignado, por exemplo, hoje já é possível fazê-lo em apenas alguns minutos.

Reduz custos operacionais

Como falamos, a hiperautomação combina tecnologias de RPA com Inteligência Artificial para acelerar o fluxo de trabalho e escalar processos. Além de deixar as operações mais fluidas, o resultado dessa prática é a significativa redução nas despesas do negócio, pois não haverá necessidade de retrabalho ou desperdício de tempo e recursos em tarefas que antes eram feitas de forma manual.

Além de permitir um modelo operacional mais otimizado e econômico, a hiperautomação possibilita que as empresas ampliem suas possibilidades de receita. Com o processamento de dados mais elaborado, a alta gestão consegue visualizar novas oportunidades de atuação e, a partir da economia gerada pela automação de processos manuais e repetitivos, pode lançar novas ofertas no mercado.

Como as soluções inteligentes são focadas na melhoria e agilidade dos processos, a experiência do consumidor será a mais vantajosa possível. Isso porque a otimização do fluxo de trabalho se dá de ponta a ponta, de modo que os serviços prestados sejam oferecidos com máxima qualidade, rapidez e eficiência, já que as equipes não estarão mais sobrecarregadas ou trabalhando com informações desencontradas.

Publicado originalmente em Stoque