Por Rich Hale, CTO da ActiveNav
Nem sempre percebemos, mas cada tecla que pressionamos se torna um dado – seja uma equação em um relatório financeiro de uma planilha eletrônica do final de ano fiscal, ou um meme engraçado para um colega de trabalho em um canal do nosso aplicativo corporativo de mensagens. Cada uma dessas ações, multiplicada milhares de vezes por dia pelo número de funcionários que você tem, nos leva a uma quantidade exorbitante de dados. E o mais assustador é que a maioria das empresas ainda não sabe quais dados possuem ou onde eles estão armazenados, especialmente quando se trata de dados não estruturados, que não são facilmente encontrados ou pesquisáveis.
Com base no trabalho que temos realizado com clientes, prevemos que uma avalanche de preocupações afetará fortemente as empresas como parte do tratamento de dados necessário pós-Covid. Todas as novas práticas de jornadas laborais flexíveis e home office que se acumularam ao longo do ano logo precisará ser desvendado.
Gerenciar dados não estruturados será cada vez mais difícil. Levando em conta este pano de fundo e as atuais normas de conformidade no horizonte, incluindo a LGPD, abaixo podemos listar seis previsões para o que aguarda os profissionais de gerenciamento de dados e conformidade ao longo de 2021.
Cada empresa é uma empresa de dados
A oportunidade para a criação de valor reside nos dados não estruturados e as empresas poderão perceber o valor que pode ser gerado a partir de um melhor gerenciamento dos seus vastos armazenamentos de dados. No momento, as empresas coletam, gerenciam e armazenam grandes quantidades de informações, mas muitos deles não são estruturados (até 80% dos dados corporativos, de acordo com o Gartner). Para ser capaz de identificar oportunidades de expansão, as organizações precisam tornar suas informações acessíveis e utilizáveis – e isso significa “melhor aproveitar dados não estruturados”.
As empresas criarão inventários de dados automatizados de forma proativa.
Organizações inteligentes reconhecem a necessidade de construir mapas persistentes de seus dados para poder responder a eventos inesperados – uma violação, por exemplo – com rapidez e eficiência. As organizações que se concentram em entender verdadeiramente como e onde seus dados são coletados e armazenados têm grande parte da batalha já vencida, principalmente aquelas que devem proteger os dados pessoais de seus clientes, independentemente do que as leis determinam. O maior acesso a grandes quantidades de dados, especialmente dados não estruturados, significa que as estruturas de governança adequadas precisam ser implementadas, e tudo começa com um bom e abrangente inventário de dados e sempre ativo.
Trancar as portas de entrada pode não ser suficiente
Em 2021, as organizações precisarão cuidar dos dados além de somente “trancar as portas” para evitar o acesso a dados ou vazamento. Embora isso possa ter funcionado no passado, hoje não é mais o suficiente. Violações aconteceram; não é uma questão de “se”, mas de “quando”. Empresas de todos os tamanhos precisam entender os dados que realmente possuem, onde estão e, o mais importante, fazer isso em escala para que possam investir seus esforços para proteger as informações corretas e compreender adequadamente o risco e o impacto pós-violação.
Os dados [ainda] não são o novo petróleo.
Em 2018, acabamos com o mito de que os dados são o novo petróleo, e isso será mais verdadeiro do que nunca em 2021. Depois que você usa o petróleo, seu valor diminui. No entanto, o oposto é verdadeiro para os dados: quanto mais você os usa, mais valiosos eles se tornam. MAS, os dados somente são valiosos se puderem ser acessados. As organizações estão lutando para entender quais dados possuem e onde eles estão, o que limita a criação de valor. Como resultado, a necessidade de um mapa dinâmico de dados e sempre ativo continuará a aumentar, com as organizações em busca de uma solução escalável para criar valor e cumprir as leis de privacidade em evolução.
O gerenciamento adequado de dados se tornará uma vantagem competitiva ainda maior
Nas últimas duas décadas, os EUA fecharam os olhos para a privacidade de dados, rejeitando seu impacto como um direito humano fundamental – diametralmente oposto a outras regiões como a União Europeia. Mas, o pêndulo balançou rapidamente, com as leis de privacidade globais agora sendo a norma. Em 2021, a minimização de dados (seja impulsionada pelo LGPD, GDPR, ou qualquer outra norma regulatória) tornará “as cartas na mesa” para qualquer organização orientada a informações e ciente dos riscos.
A administração de dados se tornará um assunto no nível de diretoria
Assim como a privacidade de dados se tornou uma discussão de C-Suite nos últimos dois anos, o mesmo acontecerá com o gerenciamento de dados. O gerenciamento de dados desempenha um papel crescente à medida que as expectativas de governança de dados corporativos ficam cada vez mais complexas e vão além. Esta é uma responsabilidade de alto nível para as partes interessadas e ajuda as organizações a obter maior controle sobre seus dados e usar os dados de maneira eficaz, ao mesmo tempo em que se mantêm em conformidade.
Resumo
Podemos não ser capazes de prever totalmente o futuro, mas quase certamente podemos perceber que as empresas que não desempenham um papel ativo no mapeamento e compreensão de seus dados se verão em posições precárias, incapazes de responder aos eventos de proteção da informação. Lembremo-nos de que não se pode gerenciar o que não se entende. Mesmo com as dificuldades, a nossa expectativa é que neste ano as empresas avancem para garantir seus dados não estruturados sob controle.
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