Com o propósito de ajudar governos e empresas a se recuperarem de forma mais eficaz após os desafios de 2020, o Mastercard Economics Institute apresenta seu relatório ” Global Outlook 2021″, com dados atualizados sobre as principais tendências e o cenário econômico ao redor do mundo e na América Latina e Caribe para este ano.

O estudo foi realizado com o objetivo de identificar e analisar as tendências globais mais relevantes na perspectiva do consumidor, oferecendo informações sobre questões econômicas para clientes, parceiros e membros do setor público. Equipes de cientistas de dados e economistas avaliaram os principais indicadores econômicos, juntamente com uma análise da atividade de vendas anônima e agregada da rede global da Mastercard para fornecer informações sobre os gastos do consumidor, o vínculo do comércio eletrônico com a aceleração digital, bem como dados sobre viagens e políticas econômicas.

“O ano de 2020 nos colocou à prova. Nos tornamos mais caseiros e, principalmente, mais digitais. Tivemos um impulso digital espetacular e vimos um alto nível de resistência de pequenas empresas, consumidores e legisladores que queriam nos manter no caminho certo”, disse Brickiln Dwyer, Economista-Chefe da Mastercard. “Já 2021, não trará de volta a vida antes da Covid-19, embora com a esperada distribuição da vacina contra o vírus, esperamos uma recuperação gradual – mas desigual, e marcada pelos benefícios da adoção de experiências digitais e de menor contato”.

O relatório destaca uma série de tendências na América Latina, incluindo:

Inflação e gastos do consumidor
A confiança do consumidor continua fraca devido às preocupações elevadas sobre o vírus e a economia. Mas, esperamos que o crescimento seja impulsionado por estímulos fiscais e pela chegada das vacinas. A inflação na região foi contida, mas as fontes de risco persistem, principalmente no Brasil, uma vez que o aumento da inflação continua sendo uma ameaça para o consumo em 2021.

Devido aos cortes agressivos nas taxas de juros no Brasil, o aumento dos preços dos alimentos representa um desafio para os responsáveis pela elaboração de políticas que tentam conter as expectativas de inflação. Depois que um grande pacote fiscal tirou muitos brasileiros da pobreza e estimulou os gastos do consumidor, a questão se voltou para o vencimento do auxílio emergencial (benefício oferecido pelo governo em meio à crise) e a sustentabilidade mais ampla das doações governamentais.

Além do aumento nos gastos com supermercados, o consumidor brasileiro concentrou suas compras em lojas de móveis e eletrônicos, além de comprar materiais de construção no início da crise. A região norte teve um desempenho superior na área e destaca a distância dos centros urbanos.

Os negócios online continuam a crescer
Com base no que o Mastercard Economic Institute está observando nos Estados Unidos e em outras partes do mundo, a abertura de empresas provavelmente estará limitada aquelas que vendem produtos online. Isso se deve à demanda incerta, movimentos de moeda, condições de crédito mais restritas e os desafios de viagens e entretenimento que fogem dos negócios físicos. Enquanto isso, a criação de negócios online continua ganhando impulso à medida que s se “formalizam” (registram-se oficialmente) para aproveitar os programas governamentais.

Os desafios da sustentabilidade fiscal estão aumentando
A poupança e abordagens fiscais variam entre os países latino-americanos, como Chile, Peru, Brasil e México, criando diversos graus de risco e uma pluralidade de resultados potenciais.

“A capacidade de uma economia de continuar a se recuperar em 2021 dependerá em grande parte da capacidade dos governos de fornecerem estímulos fiscais e, ao mesmo tempo, pagarem suas dívidas de longo prazo”, afirma João Pedro Paro Neto, presidente da Mastercard no Brasil.

O estudo indica que a expiração do estímulo, especialmente no Brasil, é um risco iminente para 2021. Enquanto o conservadorismo fiscal mexicano contrasta com a onda do gasto fiscal brasileiro, não está claro quem tem a abordagem “certa”, já que os dois países enfrentam desafios fiscais.

Impactos sobre remessas e turismo continuarão
Um duplo impacto da desaceleração do turismo internacional e uma queda nos fluxos de remessas afetarão o crescimento econômico, especialmente para muitas das pequenas economias da América Latina. À medida que o mundo redireciona os turistas internacionais para destinos mais locais, como México, Peru, Equador, América Central e Caribe, esses países estarão altamente expostos à queda do turismo internacional porque, historicamente, apresentam as maiores taxas de turismo da região. Por sua vez, as restrições globais de trabalho impactarão os trabalhadores no exterior e suas remessas para casa. Haverá redução nas remessas de trabalhadores e famílias ao exterior, que chegaram a 1,5 a 3% do PIB total no Peru, Colômbia, Equador e México. No Caribe, o impacto está na casa dos dois dígitos.

Novos participantes no mercado de comércio eletrônico
Durante a crise, os gastos com comércio eletrônico aumentaram de cerca de 10% para 16% em seu pico em comparação com os níveis anteriores à crise. Embora a adoção do comércio eletrônico na América Latina e no Caribe seja baixa em comparação com outras regiões, esperamos que 20 a 30% do aumento do comércio eletrônico relacionado à Covid-19 seja permanente em termos de sua participação nos gastos gerais de varejo. Em particular, a adoção de serviços financeiros fornecidos por meio de canais online e outros serviços digitais está crescendo entre a população de baixa renda, o que provavelmente persistirá durante 2021.

Acesse o relatório completo aqui (versão disponível apenas em inglês).