Por Anna Karina, diretora de marketing da Linx

Ano após anos, vemos temáticas femininas importantes ganharem destaque no Dia Internacional da Mulher. Felizmente, o cenário está mudando, mas não sem dificuldades. Acompanhamos mudanças significativas sobre o conteúdo dos diálogos, que cada vez mais deixam de ser sobre celebrar uma única data e passam a discutir sobre a luta e a equidade de gênero.

Ainda há muito o que mudar para consolidarmos a igualdade nas empresas, principalmente no ramo de tecnologia, uma das áreas mais promissoras para o futuro. Segundo dados do IBGE, a remuneração das mulheres é, em média, 25% menor que a dos homens para as mesmas atividades. Mas já é possível acompanharmos movimentações importantes de companhias assumindo o compromisso de padronização salarial para que uma das principais raízes da diferença de gêneros no ambiente corporativo seja resolvida.

Na outra ponta, para as posições não relacionadas à liderança, iniciativas surgem para capacitar e estimular a contratação de mulheres no setor: projetos como PrograMaria, MariaLab, Laboratória e Reprograma mostram que lugar de mulher também é nas empresas de tecnologia, programando ou não.

A ideia é crescer ainda mais o índice de participação feminina ocupando cargos techs: um estudo da KPMG com a Harvey Nash mostrou que 16% das posições sêniores em tecnologia são ocupadas por mulheres na América Latina, acima da média global de 11% e muito adiante de países de primeiro mundo, como o Reino Unido (4%). São avanços, principalmente quando entendemos que estamos à frente de economias desenvolvidas.

Outro ponto importante é que times que fogem do estereótipo do homem branco, hetero, de classe média/alta, aumentam a confiança e a colaboração entre os profissionais e ampliam o leque de conhecimentos e o repertório da empresa para lidar com as transformações do mercado. Com o atual foco, de “colocar o cliente no centro do negócio”, a tendência é que essa eficiência seja ainda mais evidenciada. Afinal, a melhor forma de entender o cliente é com multiplicidade de visões, proporcionando pensamentos complementares e experiências de vida distintas.

Empatia, flexibilidade, colaboração e visão ampla serão, cada vez mais, fatores essenciais para o sucesso no mundo dos negócios. As empresas que conseguirem trazer esses fatores para dentro de suas estruturas (e de suas culturas) estarão em vantagem. Mas não há caminho possível para isso sem, antes, equilibrar a presença de mulheres nos times de tecnologia.