Por Alberto Rosati, diretor de negócios exponenciais na GFT Brasil

O Pix mal completou seis meses desde o seu lançamento e já fez profundas transformações no comportamento financeiro das instituições e da população. Depois de conquistar mais de 80 milhões de brasileiros, decretar a sentença de morte, ainda que lenta, dos DOCs e TEDs, o meio eletrônico muito provavelmente deve substituir logo mais os boletos. A entrada do Pix Cobrança, anunciada dia 14 de maio, deve acelerar esse processo.

Desde o seu lançamento, de acordo com o Banco Central, 45% da população adulta do Brasil já usou o novo meio de pagamento em algum momento. Só em abril, a quantidade de transferências e pagamentos via Pix superou TEDs, DOCs, cheques e boletos somados. Estamos falando de mais de 1,5 bilhão em transações realizadas pela nova funcionalidade e uma movimentação financeira superior a R$ 1 trilhão.

É possível notar que o Pix atingiu números impressionantes em apenas seis meses de vida. Estamos falando de mais de 242 milhões de chaves cadastradas, sendo 83 milhões de usuários pessoas físicas e mais de 5,5 milhões de empresas.

Os benefícios são claramente sentidos pela população e demonstram que a agenda do Banco Central de prover maior competição no mercado, maior inclusão de pessoas no mercado financeiro, mais facilidade nas transações e menor custo para os usuários, tem sido um grande sucesso. Por exemplo, hoje o Pix permite que profissionais autônomos recebam seus pagamentos na hora por serviços prestados nos finais de semana.

Os próximos passos da revolução Pix

Outras funcionalidades que devem promover a transformação do mercado são o Pix Saque e o Pix Troco, que possibilitarão a entrada de milhares de novos pontos para saque de dinheiro em espécie. Essa movimentação pode diminuir a necessidade de existência das grandes redes de caixas eletrônicos. Ambas as funcionalidades estão em consulta pública para avaliação e eventuais ajustes, mas devem estar disponíveis ainda no segundo semestre de 2021.

Com o Pix Saque, será possível sacar dinheiro em espécie em milhares de pontos comerciais, como supermercados, restaurantes ou até mesmo estacionamentos. Imaginem quantos postos de “saque” de dinheiro a população terá à sua disposição. É claro que os caixas eletrônicos também estão incluídos como um meio de saque de dinheiro, mas vão perder muita importância comparado ao papel que desempenham hoje em dia.

Já o Pix Troco está associado a uma operação de compra ou prestação de serviço que poderá ser oferecido por estabelecimentos comerciais e empresas. Neste caso, o usuário do PIX poderá pagar um valor maior que o total de sua compra e receber a diferença em dinheiro.