SPAM no celular aumenta: 86% dos usuários móveis afirmam ter recebido chamadas indevidas
Levantamento do Panorama Mobile Time/Opinion Box – Senhas e Biometria no Brasil revela que o comportamento de empresas de telemarketing não mudou
Se a expectativa dos assinantes de serviços móveis era ter a privacidade de seus dados preservada, assim que a Lei de Proteção de Dados (LGPD) entrasse em vigor, a realidade se apresenta bem diferente do esperado. É o que revela a mais recente pesquisa online Panorama Mobile Time/Opinion Box – Senhas e Biometria no Brasil, que ouviu 2.036 brasileiros que acessam a Internet e possuem smartphone entre 13 e 26 de outubro de 2020.
A pesquisa sobre o uso de senhas e biometrias também pretendeu apurar a proporção de internautas brasileiros que já receberam uma chamada telefônica de televendas no celular com dados pessoais que não reconhecem ter compartilhado com a empresa que fez a chamada: 86% dos entrevistados responderam que sim. A proporção é maior entre aqueles das classes A e B (91%), mas afeta os usuários móveis das classes C, D e E (85%). As chamadas indevidas acontecem com jovens de 16 a 24 anos (83%) e afetam mais aqueles com 25 anos ou mais (88%).
Segundo Fernando Paiva, editor do Mobile Time, o problema está piorando. “Quase a metade das pessoas, 44%, que já receberam esse tipo de spam telefônico afirmam que a frequência de tais chamadas aumentou nos últimos 12 meses, enquanto 24% relata que a situação ficou igual e 32% alega que diminuiu. Infelizmente, apenas pouco mais da metade dos internautas brasileiros com smartphone (52%) já ouviram falar na LGPD”, comentou o coordenador da pesquisa.
A pesquisa também sinaliza que na população em geral esse percentual deve ser ainda menor, pois ela aponta uma diferença significativa por classe social. Enquanto 67% dos respondentes das classes A e B declaram já ter ouvido falar na nova lei, a proporção é de 48% entre aqueles das classes C, D e E. Há também uma diferença por faixa etária: os jovens de 16 a 29 anos estão menos cientes da LGPD (48%) que os grupos de 30 a 49 anos (54%) e com 50 anos ou mais (55%).
“A expectativa da sociedade é que a confidencialidade das informações pessoais sejam respeitadas a partir da entrada em vigor da LGPD. Os números mostram um problema que as empresas terão que responder. Esperamos, por outro lado, que os números da próxima pesquisa apresentem uma mudança, já que começaram em agosto de 2021 as sanções pela LGPD”, afirma Paiva.
A confiança dos usuários nas empresas, instituições públicas e redes sociais
A pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box – Senhas e Biometria no Brasil também ouviu a opinião dos brasileiros em relação às empresas, instituições públicas e redes sociais quando o assunto é a proteção de seus dados pessoais. Os bancos possuem o maior índice de aceitação entre os brasileiros: 55% dos entrevistados afirmam que confiam na gestão de seus dados pessoais nestas empresas. Os órgãos governamentais e distribuidoras de energia firmam a segunda posição, com 36% cada. O maior problema está nas redes sociais: 42% dos pesquisados afirmam que desconfiam completamente ou desconfiam um pouco delas. Para efeito de comparação, segundo os organizadores da pesquisa, no ano passado, esse percentual era de 36%. E, de um ano para cá, a proporção de respondentes que declaram confiar completamente ou confiar um pouco nas redes sociais diminuiu de 31% para 22%. Essas foram as maiores variações registradas pela pesquisa na comparação com sua edição anterior. Os escândalos envolvendo fake news e spam de mensagens provavelmente afetaram a imagem das redes sociais junto à população.
Gerenciamento de senhas
A pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box – Senhas e Biometria no Brasil também apurou como os brasileiros gerenciam suas senhas e constatou que 67% dos entrevistados afirmam que possuem no máximo cinco senhas para gerenciar seus serviços digitais. Entre aqueles que admitem que repetem senhas para serviços diferentes estão 59% dos brasileiros.
A memória continua sendo uma aposta de muitos usuários: 63% dos brasileiros confiam nessa capacidade mental para guardar suas senhas; 24% gosta de anotá-las em papel; e 13% armazena as senhas em arquivos digitais. O uso da memória é mais comum entre os jovens de 16 a 29 anos (65%) do que entre aqueles com 50 anos ou mais (56%). Na anotação em papel acontece o inverso: ela é mais utilizada pelo grupo mais velho (33%) e menos pelos jovens (21%).
Sobre os métodos utilizados pelos brasileiros para se autenticar em algum serviço digital no smartphone, os usuários têm preferência pela leitura digital (46% dos entrevistados). O reconhecimento facial é a preferência de 20%, o reconhecimento por voz para 8% e o escaneamento de íris, 4%.
Quando questionados sobre os métodos considerados mais difíceis e desconfortáveis, 25% dos entrevistados apontam o escaneamento de íris. Em seguida vem o recebimento de token por sms. O reconhecimento facial foi citado por 14% dos pesquisados, enquanto as senhas ficam com 9% e leitura digital 7%. Somam 11% os que acham que nenhum destes métodos é confortável.
Navegador web: ajudante de guarda senhas
A proporção de brasileiros que prefere “terceirizar” a gestão das senhas ainda é relativamente pequena. 22% afirma que permitem que o navegador na web decore suas senhas e 12% utiliza algum
serviço digital de gerenciamento delas. Na pesquisa era permitido que o entrevistado respondesse mais de um método utilizado para armazenar senhas e 28% dos brasileiros admitem que usam datas de aniversário ou nomes de familiares para compor senhas e que 56% trocam suas senhas
recorrentemente por questões de segurança. A proporção de brasileiros que admitem ter já ter tido algum serviço digital invadido porque descobriram sua senha é 12% dos entrevistados.
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